terça-feira, 5 de outubro de 2010

FINAL DA FESTA DA DEMOCRACIA


Sobrou para o Jacques varrer, domingo, o lixo eleitoral na porta do seu Pronto Socorro de Assistência Social. Antes das eleições, a prefeitura combinou com os candidatos que dessa vez eles não emporcalhariam a cidade. A reunião teria sido inclusive testemunhada pelo Coelhinho da Páscoa, Papai Noel e Saci-Pererê, esse com data alusiva marcada para o final do mês.
Diverti-me com uma garotada na frente do Colégio Municipal sapateando com força sobre as imagens dos candidatos, gritando: pisei no fulano!; eu pisei duas vezes nesse aqui, ó!.

A propósito, o Jacques poderia ampliar seu excepcional trabalho atendendo esses Sugismundos, criando o "Pronto Socorro de Assistência Moral".
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4 comentários:

  1. O compromisso com a Democracia.

    Quando vc comentou sobre a “festa” da democracia e questionou a falta do churrasco, da bebida e da música e da obrigatoriedade na tal “festa”, fez coro ao grande enfretamento da “democracia representativa” – que nos rege e à grande maioria dos países democráticos – e a “democracia participativa”, que está renascendo, com os novos canais de comunicação. Mas esta “democracia participativa” já está prevista na nossa Constituição – que completou 22 anos – e que trouxe como resultado a “Lei Ficha Limpa”.
    Entretanto, a urgência é tempo diferente entre a vontade e a execução. Daí, termos o Estado de Direito, onde o respeito às leis depende de interpretações. Daí, cabe ao Superior Tribunal Federal decidir sobre a constitucionalidade da leis. Ou seja, qualquer lei, seja ela originada do Executivo, do Legislativo ou do Poder Popular, tem que ser adequada à Constituição. Embora a Lei “Ficha Limpa”, de iniciativa popular, tenha sido aprovada no Congresso e sancionada pelo Presidente da República, não significa que ela seja perfeita e que não cometa violação a direitos adquiridos. Daí a importância do Poder Judiciário e, no caso, do STF.
    Mesmo que migrássemos imediatamente da “democracia representativa” para a “democracia participativa”, haveria a necessidade do Tribunal Superior. Afinal, há que se respeitar o direito das minorias.
    Às vezes, a minoria consegue interferir seriamente na maioria. Vejamos as últimas eleições: a candidata Marina, do PV, com tempo de 1 minuto e 30 segundos no programa eleitoral, com um só pequeno partido, alcançou 19 milhões de votos, dando sobrevida à candidatura de oposição e obrigando a situação a rever conceitos e ampliar o diálogo tanto com partidos como com a sociedade.
    Daí dá a se entender o papel da Democracia. Quando participamos, temos a oportunidade se sermos ouvidos. E conquistar espaços. E recordemos quantos espaços as minorias brasileiras conquistaram desde a Constituição de 1988: Código de Defesa do Consumidor, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do Idoso.
    Parece pouco? O Brasil democrático, vigente desde a Constituição de 1988, é considerado um dos países mais avançados em termos legislativos do mundo.
    Entretanto, apesar de ser um país laico, tolerante, ainda tem uma legislação criminalista com relação ao aborto, ao consumo de drogas (lícitas e ilícitas) e civilmente discriminatória quanto as relações interpessoais.
    Se na democracia representativa elegemos Tiririca como deputado mais votado, na democracia participativa aprovamos o direito à posse de arma de fogo. Que bom! Dou vivas à democracia brasileira. Que tenha vida infinita. E que mude ao seu tempo, democraticamente.

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  2. Belo texto,Parabéns!!!

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  3. Alex,
    Critica muito bem feita sem ataques a administração e isto que precisamos, Caruso tome como exemplo.

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  4. Tomarei. Aliás, desde que coloquei o Viva Poços! no ar tenho tomado muito, o Conselheiro-Anônimo não faz ideia...

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