sábado, 9 de outubro de 2010

TURNO CURTO


Enquanto a Câmara Municipal não ata nem dasata o PMGP -Programa Municipal de Gestão de Pessoas, apresentado há tempos pelo Executivo e para o qual nossos "12 homens de ouro" e equipes não demonstraram -mais uma vez- cabedal suficiente para analisar, e aprovar ou não, recorrendo a uma consultoria externa, a prefeitura se antecipa e implanta, na canetada, a redução da jornada de trabalho dos servidores municipais dos setores administrativos da Prefeitura: a partir do dia 18 de outubro, o atendimento à população passará a ser de meio dia às seis da tarde, exceto serviços essenciais.
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Alguns pontos incomodam nesse assunto. De acordo com a prefeitura, a medida "tem caráter experimental até o dia 31 de dezembro", o que está se tornando prática na administração, largamente demonstrada no trânsito "experimental" da cidade -o caso da Rua Alagoas, que recentemente teve seu sentido de tráfego de volta à condição anterior demonstra que é preciso engenharia e capacidade técnica nas decisões, e nem mesmo o "gesto de humildade" assumindo o erro se justifica numa "empresa" com mais de 4.500 funcionários. Ou será que entre tantos não há um único capaz de resolver um problema como a mão de direção de uma rua secundária do centro, obrigando a cidade a curvar-se frente a pressão de comerciantes de um único quarteirão? Aliás, é bom ficar atento com a próxima encrenca, protagonizada pelos comerciantes da avenida João Pinheiro, por conta da implantação (capenga, ressalte-se) da 3a. pista de circulação no sentido bairro-centro.
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Voltando ao novo horário de trabalho dos servidores, trata-se de medida meramente econômica, que visa reduzir, também de acordo com a prefeitura, "aproximadamente metade do custeio da Prefeitura, com meio período sem despesas com combustível, telefone, água, energia, internet, vale-transporte, etc".
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Alguma coisa não fecha nesse raciocínio. Seria importante ver números: quanto representa em dinheiro essa solução? Depois, há a questão do volume de trabalho de cada secretaria, órgão, setor -ou há muita ociosidade nas jornadas diárias atuais ou vai haver acúmulo colossal de serviço no novo período de trabalho, e aí a gritaria é certa, ou pior, ocorrerá dilação de prazos na execução dos serviços prestados à população. Certeza apenas é que, conforme destaca a prefeitura, "não haverá diminuição dos vencimentos, mas diminuição da jornada em 25%, sem corte nos ganhos salariais”. Mero cumprimento da legislação.
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Passou da hora da prefeitura abrir o jogo com a população. A cidade não pode viver de medidas paliativas. Óbvio que a estrutura funcional está inchada, e as finanças municipais estão sendo corroídas justamente por aqueles que fazem do serviço público um emprego e não uma profissão, amparados na famigerada estabilidade, o que assegura que só serão demitidos em casos muito graves.
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É difícil tomar uma atitude como nas empresas privadas, que cortam suas folhas de pagamento simplesmente para sobreviver, já que não têm a possibilidade de aumentar suas receitas por vontade própria -governos aumentam impostos ou passam o pires nas esferas superiores. O peso político da demissão em massa é enorme, e aí cabe ao líder mostrar serviço e coração, antes que seja tarde e a conta acabe rateada, de novo, entre os 150 mil sócios da empresa da Francisco Salles, ou seja empurrada para futuros gestores. Para começar, seria ótimo uma redução drástica nos cargos de confiança e no secretariado, hoje com 17 pastas.
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Coragem é a senha!
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14 comentários:

  1. Meu caro Rubens, interessante a sua visão com relação ao novo horário da Prefeitura. Se os serviços serão prestados no mesmo periodo de tempo ( agora em 6 horas ) é sinal que a "máquina" é má administrada. Se considerarmos que dos 4.500 funcionários seja necessário manter 1.500 no regime de 8 horas diarias,para atender as demandas de urgência como saúde, serviços públicos, etc, podemos constatar um desperdicio de 6.000 horas diárias, ou 30.000 horas semanais, ou 120.000 horas mensais. Se considerarmos, também, que cada funcionário tem uma carga de 40 horas semanais, poderiamos dispensar, seguramente, mais de 750 funcionários e nada mudaria.
    O próximo prefeito dessa cidade será aquele que tiver a coragem de, na campanha eleitoral, apresentrar propostas verdadeiras, como dispensa de funcionários,economia de guerra, busca de novas receitas ( que não seja por novos impostos ) atendimento na saúde com respeito ao cidadão... mas será que teremos alguém assim?
    Vamos esperar....

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  2. Rubens,

    É realmente muito grave o que acontece no palacete da Francisco Salles.
    Mas antes de tecer meu comentário, quero deixar claro que sou favorável à redução da jornada de trabalho atual de 44 horas semanais, para 40 horas. Esta é uma discussão que ocorre no Congresso Nacional, legítimo foro para tal embate. E que, tal medida – se aprovada – terá custos econômicos (embora eu acredite que os benefícios a médio e longo prazos serão maiores), mas não é disso que vamos tratar
    Fiquei chocado com a notícia de que a Prefeitura irá reduzir – em caráter experimental – a jornada de trabalho dos servidores municipais, como forma de reduzir custos, mas sem alterar a qualidade dos serviços oferecidos à população.
    Como? Parece que a atual administração descobriu algo que todos os gestores de RH do mundo ainda não conseguiram, ou seja, reduzir jornada de trabalho, sem redução salarial e sem comprometer a prestação de serviços.
    Primeiro, vamos analisar a composição do quadro funcional dos servidores da Prefeitura: profissionais da educação e da saúde compõem aproximadamente 80% do total. Eles já têm jornadas diferenciadas, regulamentadas em lei, e compõem o grosso do chamado serviço essencial. Aqui, não há como mexer (é claro que se deve exigir o cumprimento da carga horária regulamentada)
    Restam 20% de servidores entre administrativos e executores. Entre estes, estão os funcionários de serviços urbanos (varredores, coletores de lixo, manutenção, etc), todos obrigados a cumprir a jornada de 44 horas semanais. Entre os administrativos, há aqueles que cumprem jornada diferenciada – por lei – como advogados e jornalistas. Então, é deste universo, menor que 20%, que temos que falar.
    Quero entender qual a economia que irá gerar a redução da jornada de trabalho. Teremos menos varrição das ruas? Teremos menos coleta domiciliar de lixo? As obras de manutenção (feitas pelos servidores da secretaria de obras serão ainda mais lentas?)
    Sim, haverá prejuízo na prestação dos serviços.
    Uma cidade do tamanho de Poços de Caldas, ao optar pela redução da jornada de trabalho dos servidores, tem que ter a consciência de que estará aumentando gastos. Pois é inadmissível que se consiga prestar serviços de qualidade sem o aumento do quadro funcional ou do pagamento de horas-extras (mecanismo com limitações legais).
    Dizer que vamos economizar em água, cafezinho, luz e telefone é como acreditar em Papai Noel ( por falar nisso, parece que está garantida grana pra festa do Natal)
    Poços de Caldas é uma cidade de médio porte, cuja administração tem que estar disponível 24 horas por dia. Pronta para agir imediatamente no conserto do semáforo quebrado, na poda da árvore derrubada pelo vento e no atendimento ao público – ao menos no chamado horário comercial – de suas demandas sobre tributos, alvarás, projetos ou qualquer outra demanda burocrática.
    Ou seja, ao conceder o benefício da jornada reduzida aos servidores, a Prefeitura terá que contratar mais funcionários para atender a população. Isto não é experiência, é conseqüência.
    Ocorre que a atual administração está quebrada. Há duas semanas ficou sem serviço telefônico (só recebia chamadas); cancelou qualquer tipo de compra de produtos ou serviços.
    Agora, quer enfiar goela abaixo – de moradores e servidores – menos serviços.
    Não é assim que se discute questões trabalhistas tão importantes. E menos ainda, improvisa-se. Ao contrário de reverter a mão de direção na rua Alagoas, nenhum servidor municipal aceitará voltar a cumprir 8 horas de trabalho por dia, depois de ter experimentado 6 horas

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  3. a "cidade" quase literalmente tem a faca e o queijo na mão...mas não sabe usar....eu também não sei..só com goiabada....rsrsrs coitada da "minha" poços e dos queridos caldenses....

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  4. p.s.: quis dizer que tanta ciddade vive do turismo, pq não poços?

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  5. Um grande problema da prefeitura,como ja foi divulgado,é a falta de aproximadamente 500 funcionários dia,ou seja,mais de 10% faltam...Temos um problema sério de vadiagem cronica...Temos que analisar o quanto artifícios legais(que não permitem a demissão) custam a nós contribuintes e custam também a eficiencia do serviço prestado...demissões aos faltosos ja ajudaria bastante a economia da prefeitura,,,

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  6. Vamos ver, estou meio incrédulo com essa decisão. Se realmente isso funcionar será um trunfo do governo atual (as chances de dar errado são maiores).

    Com otimismo tenho que ver essa nova fase, pois como o sr. Alex Prado aí em cima disse: "nenhum servidor municipal aceitará voltar a cumprir 8 horas de trabalho por dia, depois de ter experimentado 6 horas".

    Esperar e ver. Boa sorte Paulinho.

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  7. Caruso,
    Em que pese a importância do assunto sobre a "redução" ou não da jornada de trabalho e seu retorno ao horário normal, demonstrando que o gerenciamento de uma cidade do porte da nossa se dá segundo a brilhante teoria do erro e possivel retorno ao status quo,a Rua Alagoas é realmente um calcanhar de Aquiles.
    Após o retorno ao modo antigo, ou seja mão de direção no sentido da Rua Assis para a Praça D. Pedro II, ficou completamente caótico o processo de transpor a referida praça, pois vindo de uma rua com duas faixas de tráfego(Alagoas), desembocando em outra(Pça.D Pedro II) com apenas uma faixa, já que a outra faixa é para os veiculos que trafegam no sentido da Rua Santa Catarina para a Rio Grande dos Sul.Neste primeiro final de semana com a nova configuração, os trnstornos para a fluidez do trânsito eram enormes.A Av. João Pinheiro, conforme os usuários tem observado virou caso de policia, a terceira faixa virou faixa de alta velocidade. Ao chegar à Pça. Paul Harris, o afunilamento tem causado vários "quase" acidentes. O "quase" não significa que está bom mas que mais dia menos dia haverá algo realmente grave e quem será responsabilizado? Apenas o condutor do veículo ou a "autoridade especializada" que instituiu e implantou a dita " melhoria"impensada.
    Atualmente não se pode mais gerir uma cidade de qualquer porte com esse conceito antigo e retrógada de politicagem e apadrinhamento. Toda comunidade exige um gerenciamento com profissionais capacitados, competentes e compromissados com suas responsabilidades. Uma comunidade gerenciada com Planejamento sério, responsabilidaede fiscal, administrativa e financeira. Não é crivel que com todo o aparato administrativo que dispõe os órgãos públicos municipais, com esse número assustador de servidores, não se consiga manter o orçamento sob controle. Ou não se controla nada ou o que se controla é ficção.Em ambos os casos, no final sobrará sempre para o pobre contribuinte, já que a ninguém recairá nenhuma responsabilidade sobre a ruína economico financeira do município.
    Encantadora POços de Caldas, o que estão fazendo com você?

    Alexandre Cagnani

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  8. O cidadão fica completamente perdido com as tomadas de decisão do Poder Executivo.

    Não faz muito tempo, exatamente na gestão passada, foi criado o cargo de Secretário Adjunto. Dois secretários para o mesmo assunto? A cidade precisava disto? Não é exagerado? Que eu saiba, nem as capitais precisam de dois secretários.

    Agora, na contramão da recente bonança, decidem reduzir a carga horária dos funcionários. O que mudou tão drasticamente, em tão pouco tempo, no cenário municipal?

    E agora? Reduz-se a carga horária, mas e os adjuntos? Vão permanecer? Eles são realmente necessários?

    Realmente, como abordado acima, falta clareza no tratamento de questões que se relacionam diretamente aos interesses da população.

    E para completar: vamos construir o tal Paço Municipal, porque para isso, o dinheiro sempre aparece, mesmo que a cidade fique depois sem água.

    Aliás: a água já está faltando. Eu mesmo, como morador do centro, fiquei sem água por uns bons períodos de tempo durante dias.

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  9. Analisando o texto do Alex, tive a certeza de que a economia é de "cafezinho". Será mesmo que com a redução de horário de apenas alguns servidores é possível reverter a atual situação da prefeitura? Hoje mesmo já ouvimos que muitos setores trabalharão em regime de escala uma vez que não têm nem como acomodar todos os servidores ali lotados. Como é que vai ser? Acham mesmo que estão agradando a todos, mas podem ter certeza de que muita gente está descontente... Seria mais um tiro no escuro?

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  10. Queria dizer que discordo. Papai Noel existe sim, quem achar que não que prove.
    Minh proposta é, aumentar a carga horária e manter o salário - já que a aposentadoria é integral, têm estabilidade e imagino que outras beneces ainda,nada mais justo que trabalhem mais que nós pobres mortais.
    Anonimo ...mas nào muito

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  11. Prefeito,
    Buscar soluções também e sinônimo de trabalho, siga em frente e deixe as criticas aqueles que nada fazem.
    Tem gente que disse que fez, mas ninguém viu, pelo menos suas decisões estão dando créditos a este blog, pois se percebe à comentários somente quando à criticas a sua administração tá fácil, a verdade estará nas urnas, já demos uma.

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  12. É dificil argumentar sobre tais fatos pois não sou um conhecedor profundo da maquina adminstativa, mas sei que existem muitos funcionários filhos do, ou parente da, amigos de não sei quem, que ocupam cargos apenas para o capricho do tal alcaide e sua currióla.

    Agora se houvesse cortes deveriam começar pelas ditas meninas dos olhos do "prefeito cego", que não soman nada, aliás cargos inventados sem necessidade, há! isso tem as toneladas.

    E como disse a Ana Cristina, acima, tanta cidade vive do turismo, mas em Poços isso não acontece porque aqui se vive é dos interesses
    pessoais daqueles que estão no poder e de seus comparsas, com seus eventos sem atrativos túriscos reais, como foi a última festa UAI, Carnaval, Julho Fest e agora o tal natal...

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  13. João Gomes,

    Quais soluções que o prefeito aderiu que mostrou resultado???

    Vc não acha que o mais sensato seria um corte de funcionarios ociosos que vai desde o primeiro escalão até os peões! Para que serve secretário adjunto??? Será que não está na hora de rever o ponto, ou seja, automatizar???
    Precisa rever também os afastamentos de funcionários que são muitos???

    E acho que tudo isso deveria ser mais transparente. Vc saberia me dizer qto a prefeitura gasta com funcionarios, isso desde os que tao de licença até os secretários, pois eu não sei e eu pago para mante-los, alias eu sou um deles!!!!

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  14. A verdade nem sempre está nas urnas veja o caso de São Paulo que nos idos de 1958 elegeu até um rinoceronte, então qualquer coisa pode ser eleita.
    Mas o Paulo Cesar Silva não é nenhum bobo, tá segurando uma tremenda bomba e de boca fechada. Ninguém em sã consciência assumiria um cargo tão importante com desejo de afundar de forma voluntária.
    Como qualquer ser humano o prefeito deve sofrer com suas vaidades mas o que lhe falta mesmo é equipe,disposição, bons interlocutores e articuladores.
    Paulinho a meu ver segue um cartilha que o sacrifica mas o mantém, sabe que bastam dois anos de obras, passado o dois de escassez e o povo abraça-o novamente. Mas Paulinho perdeu 'aliados' e a disputa será com 'a faca nos dentes'.
    No todo a administração não está boa, de certo que Poços ainda responderá nas próximas eleições de forma conservadora, os votos mais críticos e conscientes não são suficientes para elegerem um prefeito, talvez no máximo elejam dois vereadores. Não me refiro a partidos digo sobre pessoas que enxergam além das serras.

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